segunda-feira, 17 de outubro de 2011

A Saga de Dublin – Cagliari, Roma, Atenas e Milão

Era madrugada quando saímos de casa. Rumo ao aeroporto de Dublin para fazer uma escala em Bruxelas e depois enfim chegar a Cagliari, cidade de nosso amigo Alessandro.

Pegamos o vôo, dormimos muito e logo estávamos na capital Belga. Lá pela primeira vez na minha vida tive que apresentar cartão de crédito, passagem de saída do país e etc para que a imigração carimbasse meu passaporte. É complicado ter passaporte azul e não vermelho.

Em Bruxelas, levei os meninos a porta do aeroporto e pisamos lá fora, agora eles podem dizer que pisaram na Bélgica, brincadeira a parte, fomos é ver o sol que para nós agora é motivo de felicidade.

Fizemos check in e logo já estávamos na área de embarque, um dos lugares mais caros para se comer no mundo, absurdo.

Um tempo depois embarcamos no vôo para Cagliari, um dos vôos mais bonitos que já fiz. Bonito pelo fato de lá de cima poder notar os diferentes tons de azul que constituem as praias sardas.

Já em solo italiano fomos seguindo o fluxo para saída quando notamos na porta a nossa espera o nosso galã italiano, usando seu famoso Ray Ban e a nossa espera. Que felicidade encontrar o velho amigo, que de cara já foi pagando uma rodada da tão famosa ichnusa, a cerveja sarda.

Enquanto acabamos a primeira rodada lá foi chegando ele, Ivan, nosso amigo espanhol, e agora a festa estava formada, reunião de cúpula da Animal House, e para começar bem, fomos tomar a segunda rodada de cerveja.

Do aeroporto partimos para a casa do Alex, onde haviam várias outras cervejas a nossa espera, assim como um salaminho muito bom e um pão sardo também delicioso. Foi o tempo de trocarmos de roupa e partir para a praia e dar aquela tão esperada mijada no mediterrâneo.

A praia que agora já não estava cheia, primeiro pelo horário e segundo por já não ser temporada de verão na Europa. Lugar bonito, ao pé de um morro chamado de Cela Del Diablo, em alusão a uma lenda da luta entre ele e um anjo, onde o mesmo caiu sentado lá formando tal relevo.

Tomamos algumas cervejas, rimos um pouco, colocamos o papo em dia e logo fomos de volta para casa nos aprontar para o jantar. Jantar que ocorreu em um restaurante ao lado da casa do Alex. Mas que comida. De cara pedimos cada um uma bruschetta, em maioria de queijo com salmão e o Tadeu uma de anchova.

Da bruschetta que foi acompanhada por um ótimo vinho branco, nós partimos para as pizzas, uma para cada como manda o roteiro. Enquanto o Bruno ia de prosciutto crudo, o Alex de uma picante, eu com uma de queijo e cogumelos e o Tadeu uma outra muito louca, o Ivan bateu o Record da noite pedindo uma de fiore de zucca, flor de abobrinha, e ovas de peixe, a melhor pedida da noite.

Após o jantar fomos seguir o padrão italiano e engatamos em uma grappa, uma espécie de cachaça feita de uva, café karallis e uma cerveja para terminar.

Do restaurante fomos dar uma volta na rua, comer um sorvete e tomar mais uma cerveja no topo de um palácio construído em um morro na parte mais antiga da cidade. Vista maravilhosa e companhia show de bola. Depois disso era hora de ir para casa pois estavam todos mortos e precisamos dormir.

No dia seguinte fomos tomar um café da manhã a italiana, com um suquinho de laranja, café e um brioche. De lá partimos para a Cella Del Diablo, onde o Alex nos levaria para uma caminhada de umas 2 horas, até o topo para termos a melhor vista de Cagliari e depois vermos lindas praias quase desertas. Vistas fantásticas, caminhada maluca, mas que valeu muito a pena. De lá mortos de cansados, após andar umas 2 horas sob o sol de meio dia, sem uma garrafinha de água, fomos para uma praia privada onde fica um restaurante de um antigo jogador do Cagliari, tomar uma água, uma cerveja e nos refrescar no mar. Legal era ver a galera pulando quando os peixinhos mordiam os pés pegando carne morta.

Da praia fomos na casa da mãe do Alex pegar o carro para ir ao mercado e mais tarde ter o jantar da mama. Depois dessas atividades o Alex nos levou para conhecer uma parte central da cidade.

De noite voltamos a casa da mãe dele, onde nos ofereceram um puta jantar, com um tagliatele maravilhoso de entrada, depois um involtine e porpetas, mais um ótimo pão e de sobremesa uma torta de frutas do bosque, bom demais, foi acho o auge de toda a viagem, até porque o jardim que a mãe dele tem na cobertura deu um toque a mais em nosso jantar. Muito bom!

Para terminar a noite fomos para casa tomar umas cervejas e jogar Risko, uma espécie de WAR, onde rimos demais e jogamos até altas horas da noite.

No dia seguinte, acordamos já tarde e fomos a parte antiga da cidade comer a famosa carne de cavalo local. Após o almoço era hora de começar as despedidas e levar o maricón ao aeroporto, onde tomamos mais uma rodada de cerveja e licor até que o Ivan entrasse no portão de embarque e voltasse para Espanha.
Voltamos a Cagliari, rodamos mais um pouco, tomamos mais umas cervejas, conversamos e logo já era hora de ir para o aeroporto, onde nos despedimos do Alex, agradecemos pela nossa maravilhosa viagem e deixamos o convite para que ele fosse nos visitar no Brasil.

Em Cagliari pegamos nosso vôo rumo a Roma, onde chegamos já tarde da noite e dividimos um táxi até o hostel. No hostel só tivemos tempo de perguntar o local de um restaurante e rodar meio perdido várias vezes até achar um barzinho com um tiazão que nos preparou um panini maravilhoso. Barriga cheia, era hora de tomar banho e ir dormir.

No dia seguinte acordamos e fomos andando até a Catedral de San Giovanni, uma maravilhosa igreja em Roma, de onde fomos andando para o Coliseu. No Coliseu encontramos alguns brasileiros que trocamos informações e logo já estávamos lá dentro.

O lugar é muito interessante, chega até mesmo a ser bonito, apesar de toda sua rusticidade e de sua idade, muito legal visita, mas tínhamos que dar continuidade e logo estávamos no Palatino, uma área ao lado do Coliseu onde acontecem várias escavações e onde se localizava o antigo Foro Romano. Muito interessante.

Andamos pacaramba e de lá fomos para o Monumento a Vittorio Emanuele, um puta prédio todo branco de mármore, com grandes estátuas de bronze, acho que é o mais bonito monumento de Roma.

Dali fomos ao Campidoglio e logo depois fomos almoçar em um lugar que não sabíamos vender comida congelada. Parece que alguns lugares por ali no centro oferecem um preço melhor mas também vendem a você uma espécie de lasanha de micro ondas mas daquelas bem ruizinhas. Pelo menos encheu a barriga.

De pança cheia resolvemos dar o sprint final e ir até a Fontana di Trevi tirar umas fotos e comprar uns suvenires. De lá voltamos para casa e tomamos um banho para encontrar o Ricardo, um antigo flatmate.

Para encontrá-lo fomos a um lugar até bem legal próximo ao hostel onde ele nos apresentou um casal de amigos bem simpáticos e onde não ficamos muito tempo por estarmos cansados e ser meio caro.

No segundo dia em Roma, fomos para o Vaticano, visitamos a praça de São Pedro e a Basílica e onde depois fomos visitar o Museu do Vaticano. A conclusão que eu tirei foi, não doar mais dinheiro a igreja e sim a quem precisa, pois a igreja já tem bastante. É muita ostentação, muito desperdício de dinheiro, se um terço de todo aquele acervo fosse vendido, acho que poderíamos começar a lutar contra a fome no planeta. É muita coisa.

O lugar é maravilhoso, corredores todos decorados, a Capela Sistina é maravilhosa, mas é muito exagero.

Do vaticano fomos andar pela rua e passar pelo Castelo de Sant’Angelo, Piazza Navona, Pantheon e voltar mais uma vez a Fontana di Trevi para vê-la a noite. De lá fomos para o hostel, de onde nenhum de nós conseguiu sair devido a todo o cansaço.

No dia seguinte, cedo fomos encontrar o Riccardo na Piazza Del Popolo, para darmos uma volta por Roma com ele. Passamos pelas Escadarias Espanholas, Piazza Navona, Pantheon, Piazza Del Popolo, passando em um restaurantezinho legal onde nos serviram uma deliciosa lazanha, acompanhada pelo vinho da casa e um cafezinho.Por fim fomos para um boteco italiano tomar drinks e cerveja a 2 euros, com direito a um pratinho de amendoim e batata a cada nova rodada. De lá saímos meio loucos até e fomos para uma região onde há vários barzinhos em Roma, encontrar mais um vez aquele casal de amigos do Riccardo.

Lá fomos em um lugar que rolava uma comida free se comprasse cerveja, onde comemos demais e depois fomos tomar vinho da casa em um outro lugar. De lá então resolvemos picar mula para casa, antes passando por uns lugares que o Riccardo nos levou, onde pudemos apreciar a vista de Roma a noite, muito bonito.

Em casa foi tempo de tomar banho e correr para cama, afinal já era tarde e íamos acordar cedo para pegar um táxi e ir para o aeroporto.

Acordamos, pegamos um táxi, que nos meteu a mão, e fomos para o aeroporto, lá pegamos o avião e partimos rumo a Atenas.

Chegamos em Atenas pegamos o metro e fomos para nosso hotel, que nos transferiu para outro hotel que foi até melhor. Resolvemos então ir para a rua e lá notamos o porque a Grécia está em greve. O país parece um lugar de terceiro mundo mesmo, tudo zoneado, lixo demais nas ruas, lugares meio estranhos e várias, mas várias lojas fechadas.

Pegamos o metro para a Acrópolis e lá vimos os recados de greve geral no dia seguinte, ônibus, metro, tram, tudo parado, não sabíamos como iríamos para o aeroporto no dia seguinte. Fomos para Acrópole onde encontramos um taxista na frente, já combinamos o dia seguinte entre uma mistura de inglês, português, grego e linguagem dos sinais e ficamos mais tranqüilos.

Dali pegamos nosso ingresso e fomos subir para as ruínas. Mais uma vez, é interessante como um lugar só de ruínas e coisas “quebradas” pode ser tão lindo. De lá de cima se tem uma ótima vista da cidade e foi um lugar onde sentei a sombra e pude curtir uma tranqüilidade que não curtia a tempos.

Rodamos tudo por lá, vimos os anfiteatros, arena e fomos terminar na rua, já próximo as ruínas do Templo de Zeus, essa não tão interessante pois encontra-se bem destruída. De lá fomos ao estádio olímpico, onde em 1896 as olimpíadas modernas começaram e onde se acende o fogo olímpico para todos os jogos.

Com o tempo já meio feio resolvemos voltar para casa, mas antes passando em um restaurante grego para comer. Comemos várias coisas, Gyros de porco, de frango, torta de espinafre, etc, etc e no fim 9 euros para cada, o bom de viajar por esses lugares é o preço da comida.

Voltamos para o hotel onde tomamos os computadores e providenciamos um rodízio a fim de segurá-los para o jogo do Flamengo e Fluminense, nem preciso falar o pito que eu e Bruno tomamos após o segundo gol do Botinelli, já era tarde na Grécia, 6 horas de diferença para o Brasil, e nós gritando no saguão do hotel.

No dia seguinte foi só tempo de acordar, tomar aquele café, voltar a dormir e partir para encontrar o tiozinho do táxi que nos levaria ao aeroporto.

Após toda uma palhaçadinha no raio x, mostrando todos os nossos suvenires pegamos nosso vôo e fomos a Milão.

Em Milão conhecemos a decepção de ver nosso ferrado rent room, a tia não falava inglês e aquilo não valia o preço que tínhamos pago, mas pelo menos tínhamos um teto para dormir e um banheiro para tomar banho. Chegamos deixamos as malas e fomos para a praça Duomo. Lá aproveitamos para tirar fotos, o local é bem bonito e contando com a ajuda de uns brasileiros que nos deram seu mapa lá fomos jantar em um lugar muito bom, mas muito bom mesmo, comendo aquela pizza deliciosa e tomando um vinho. Com a pança cheia e a tomado um vinhozinho já era hora de ir para casa e capotar.

Acordamos no dia seguinte, tomamos um banho, botamos mochilas nas costas e fomos tomar café na lanchonete. Lá eu tomei um verdadeiro chocolate quente, nunca vi algo como aquilo, parecia chocolate derretido mesmo, delicioso e acompanhado por um belo panini.

De lá voltamos ao Duomo onde vimos o Teatro Scala, a Igreja, a Galeria, estátua de da Vinci e de onde fomos para o castelo da cidade e o parque que há atrás dele, onde demos uma descansada, apreciamos o visual e voltamos a andar. Fomos a porta do museu da Vinci mas devido ao tempo acabamos não entrando, mas aproveitamos para comer e tomar um refri no mercado que tinha lá.

De onde partimos para o quadrilátero da moda, uma vizinhança só de lojas TOP do TOP, vigiadas por seguranças gigantescos e onde você só entra se eles quiserem que você compre algo de lá.
Como não estávamos a fim de gastar nada lá, fomos dar mais uma volta na rua, onde passamos próximo a loja do Milan onde parecia que haveria a presença de algum jogador ou algo do tipo, já que tinha uma grande fila e vários seguranças tomando conta. Como eu nem ligo para eles, pegamos o metro e fomos pegar o ônibus para o aeroporto.

No aeroporto peguei o pior vôo da minha vida, com vários saculejos e etc, coisa que eu detesto mas graças a Deus chegamos bem em casa.

Foi uma ótima viagem, passando desde os tartarugas ninja e chegando aos cavaleiros do zodíaco, agora é esperar a próxima. Rumo a Barcelona, Lisboa, Madri e Marrakesh.

Um abraço

Igor Reis Moreira Mathias

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