A Saga de Dublin – Noruega e Cracóvia na Polônia
Eram 5 horas da manha e lá fomos nós, rumo ao aeroporto pegar nosso flying bus. Chegamos fizemos check in, passamos pelos raios-X e fomos rumo ao nosso portão de embarque.
Logo que embarcamos eu e Iago assumimos posição, eu na janela e ele no corredor a fim de não ficar com ninguém no banco do meio para termos mais espaço e por sorte o vôo não lotou e foi possível viajar assim.
Chegamos à Noruega tentamos embarcar em um bus para Oslo, mas os 40 euros cobrados nos fizeram desistir, já que ficaríamos apenas algumas horinhas no local. Foi ai então que partimos para negociação com os taxistas do lugar para podermos ir à cidade de Moss, próxima ao nosso aeroporto. Mas os taxistas eram bem Zé Ruela e preferiram não abaixar um pouco o preço e ganhar a viagem a nos levar ao lugar, foi então que resolvemos tentar falar com outro taxista mais afastado, mas um dos anteriores chegou falando norueguês com ele para não entendermos e nos começamos a falar em português também. Se eles nos xingaram nos não saímos perdendo.
Voltamos para o aeroporto e resolvemos ficar por lá, mas o problema e que só tinha hot dog de comida. Senti-me uma puta, quase tudo igual só mudando as salsichas. Compramos a comida e fomos dormir sentados no aeroporto. Acordamos, conversamos, fizemos check in e 8 horas depois de chegar para pegar a conexão fomos embora, dessa vez em um avião hiper cheio, comigo lá na frente e todo mundo lá atrás.
Chegamos a Cracóvia e uma parte do aeroporto estava fechada, havia policiais e segundo um rapaz que falou com o Iago parecia ser uma ameaça de bomba. Logo, logo o tumulto foi desfeito fomos liberados e pela proximidade dos valores resolvemos ir de taxi para o hostel. Trocamos uma idéia com o motorista e enfim chegamos ao hostel, que parecia ser uma porcaria por fora, mas se revelou um dos melhores que já fui. Sala com Play 3, ótima cozinha e quartos, mas no primeiro dia só olhamos mesmo, tomamos um banho saímos e fomos comer um Mac e dormir.
No dia seguinte levantamos, tomamos aquele café, fomos ao centro, pegamos dinheiro e partimos rumo Auschwitz e Birkenau, famosos campos de concentração da segunda guerra mundial. Eu e Iago fomos em uma van enquanto o resto da galera foi em outra. Dormimos demais, afinal são 75 km de Cracóvia ate lá, e no meio do caminho o Iago deu uma roncada tão forte que ate assustou a americana.
Chegamos primeiro a Auschwitz, com um calor de mais de 30 graus, clima pesado, lugar triste e lotado, mas de grande importância para nosso conhecimento. Conhecemos a guia que falava um bom inglês e fomos entrando pelo portão com a famosa inscrição, " Arbeit Macht Frei", que significa "O Trabalho Torna Livre".
O campo de concentração de Auschwitz antes da guerra era uma espécie de quartel polonês. E foi em meio a esses prédios que andamos, vimos fotos, dados, tristeza, objetos que pertenceram a judeus que ali morreram, capsulas do gás Zyklon B e ate um local lotado de cabelo das judias, que seriam utilizados para fabricação de carpetes, foi nessa sala que senti a maior quantidade de arrepios na espinha da minha vida.
Passamos por outros locais de execução e chegamos ao fim onde havia uma câmara de gás e uma de cremação dos corpos. Local também onde foi enforcado o primeiro general alemão que comandou o campo de concentração, o qual foi julgado e condenado a mortes por um tribunal polonês depois da guerra.
Depois de uma breve pausa fomos para Birkenau, aonde vimos aquele conhecido portal com uma linha férrea cruzando por ele, típico de vários filmes que falar sobre o tema. Birkenau que e mais conhecido como Auschwitz II, na minha opinião e mais feio que o primeiro, ate porque este e composto por barracos onde as pessoas habitavam, que foram feitos de madeira com base nos estábulos do exercito alemão.
Vimos o que foram as câmaras crematórias, a linha férrea que trazia os presos, os barracões onde as pessoas ficavam alojadas e voltamos para Cracóvia, onde mais uma vez apagamos na viagem de volta.
Chegamos a Cracóvia fomos almoçar e de lá rodar pelo centro velho. O centro velho de Cracóvia e um lugar muito bonito com a fortaleza e uma torre a sua entrada, a igreja de Santa Maria, o mercado municipal, a torre da prefeitura e ate mesmo uma escultura em formato de cabeça feita por um xará meu.
Depois de dar uma rodada pelo centro resolvemos voltar para o hostel passando pelo mercado para comprar coisas para a janta.
Chegamos tomamos banho e logo fui para a cozinha ajudar o japa com o jantar. Fizemos um macarrão com ovo, lingüiça e molho de 2 queijos que ficou uma delícia. Depois do jantar fui jogar um play 3 com meu irmão, empatando no futebol e tomando uma coca no UFC. Depois disso o Iago começou a me ensinar a jogar poker, mas eu sou muito afobado e acabei rodando rápido.
Dia seguinte acordamos e fomos atrás de uma excursão para a mina de sal, já que a moca do hostel esqueceu de bookar para nos, o que acabou sendo ótimo já que achamos uma excursão melhor e mais barata. Por falar em barato a Polônia se revelou um lugar muito barato, sendo possível almoçar no centro e pagar uma bagatela. Na excursão o ônibus estava vazio e assim cada um tratou de pegar um banco só para si, mas nem deu tempo de dormir, pois a cidade fica a 15 km do centro de Cracóvia.
A mina hoje funciona extraindo sal somente para que o mesmo não contamine outras fontes de água. O local e sensacional e vale cada slote investido, moeda local. No passeio andamos quase 2 horas para ver o equivalente a 1% da mina. Passamos por vários lagos salgados, lindas capelas esculpidas nas pedras, grandes salões, estatuas e ate mesmo locais que abrigam restaurantes e são utilizados para casamentos e outros eventos. E um passeio longo e cansativo, mas que vale a pena.
O único problema na mina e o elevador de saído. Para descer ate o primeiro pavimento descemos cerca de 400 degraus. O passeio chega ate o terceiro pavimento a cerca de 130 metros abaixo da superfície. Mas como ia dizendo o elevador de saída e um problema são 4 grades que cabem 9 pessoas apertadas. Eu já sou medroso e claustrofóbico, com meu irmão na minha frente e um casal de japoneses morrendo de medo ao meu lado a coisa ficou ainda pior, que lugar estranho aquele elevador, quase me senti um daqueles mineiros do Chile.
Voltamos para a Cracóvia e fomos almoçar o tão aguardado, por mim, joelho de porco. Enquanto o Iago comia uma carne de porco com repolho e batatas eu devorava um joelhão de meio kilo com arroz, mostarda e um outro negocio que tinha gosto de wasabi.
Já comi joelhos melhores, mas ate que esse foi gostoso. De lá saímos para comprar cartão postal e lembrancinhas e depois fomos fazer um city tour no carrinho de golfe. Esse que parece mais um carrinho 4x4 poderoso que sobe calçadas, anda por tudo quanto e buraco em Cracóvia. No city tour fomos levados por uma moca que nos ofereceu o guia em português e nos aceitamos para ver o sotaque se seria de Portugal ou da pátria mãe gentil.
Logo no começo um rapaz narrando com aquele S puxado, fazendo dela quase um X. Morremos de rir e deixamos o carioca apresentar a cidade para nos, afinal Kazimierz narrado por ele seria bem mais legal.
No city tour vimos o antigo bairro judeu, o castelos dos antigos reis, igrejas, sinagogas, casa que o Papa João Paulo II morou, o Gueto instaurado pelos nazistas e a fabrica de Oskar Schindler. O tour e muito legal, mas repleto de dados e cenas tristes, como por exemplo, os cerca de 65000 judeus que ocupavam Kazimierz, o bairro judeu, e que hoje só restam 100, as historias dos massacres no gueto e ate mesmo os apartamentos que serviram de moradia no gueto durante a segunda guerra mundial e ainda existem. Mas fora isso passeio é muito bom e vale muito a pena também. Alias Cracóvia e redondezas valem si valem muito a pena. Essa era uma cidade que não esperava muito e me surpriendi demais com o centro velho, muito bonito e toda a historia ligada aos lugares.
No fim do tour a guia nos deixou no mercado onde compramos mais coisas e fomos para casa. Cozinhamos, comemos, aprendi um pouco mais de poker com meu irmão e fomos dormir.
Acordamos com o pessoal me sacaneando por conta do grito que dei enquanto dormia. Tomamos café, rodamos um pouco no centro velho, almoçamos frango frito no KFC, tomamos vários litros de ice tea por conta do nosso refil infinito e fomos pegar o ônibus que estava marcado para 14 e 30 da tarde, mas que só foi sair lá pelas 17 e 30 aproximadamente.
Agora estou eu aqui acabando de escrever dentro do ônibus, já que tinha começado na rodoviária enquanto esperava, e tomando um dos vários chocolates quentes gratuitos que vou tomar partindo para Budapeste.
Espero que o flat lá seja tão bom quanto o hostel de Cracóvia e que a cidade seja tão linda quanto.
Agora vou-me indo depois de escrever 7 paginas de texto para vocês, já estou com a mão doendo já. Vou ver se aprecio a paisagem do interior da Polônia e dormir um pouco.
Uwaga
Igor Reis Moreira Mathias
PS: Uwaga significa atenção em polonês, mas e a única das poucas palavras que lembro, apesar de algumas palavras lembrarem o nosso português.
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