Enfim chegou o dia e lá fomos rumo a Londres. Acordei as 5h da manhã, encontrei uma amiga que ia comigo para a porta da Trinity College encontrar o resto do pessoal e pegar o táxi para o aeroporto. Isso sem falar na noite meio mal dormida com aquele medo de viajar de avião, afinal eu odeio altura.
Chegamos no aeroporto, fomos tomar aquele cafezinho da Starbucks para logo depois entrarmos para a sala de embarque. Entramos na avião e lá eles repetiram várias vezes, “atenção Sr. Zonza se o senhor está no avião favor se apresentar a tripulação”, mas o Alex não estava lá, comprou a passagem e desistiu de pegar o vôo para Londres.
Menos de uma hora depois da decolagem já estávamos pousando em solo Inglês, agora sim na terra que a rainha manda e desmanda, e que o povo compra tudo que tenha a cara da família real estampada. Chegando na terra da rainha uma surpresa, não precisamos passar pela imigração ao chegar no aeroporto Luton em Londres, então foi hora de comprar o passe de trem e ir para o centro da cidade.
Trem pego, parada na estação perto do hostel, e lá fomos nós para o lugar que seria nosso endereço pelos próximos 4 dias, lugar legal, movimentado, com um pubzinho muito legal e um café da manhã que dava para encher a barriga.
Primeiro dia era dia de irmos para Madame Tussauds, um grande museu de cera que conta com réplicas de várias celebridades mundiais. Lugar interessante, onde tiramos muitas fotos, afinal não é todo dia que se pode pegar no peitinho da Angelina Jolie ou até mesmo comparar a careca com a do Bruce Willis. Vimos os novos sucessos do cinema como os atores da saga Harry Potter e Crepúsculo, personalidades do Cinema como Marilyn Monroe e Marlon Brando, estrelas do esporte como Mohamed Ali e Pelé, cantoras louconas como Lady Gaga e Amy Winehouse, gostosonas como Beyoncé e Britney e até os pops como Michael Jackson e Justin Bibier, isso sem falar nas autoridades políticas como Papa João Paulo II, Gandhi, Mandela e até os rebeldes como Fidel Castro, Hitler, Sadan e Kadafi. Após tudo isso ganhamos uma exibição em um cinema 4D dentro do museu com uma historinha de personagens da Marvel.
Da Madame Tussauds fomos para o museu do Sherlock Holmes, onde não entramos e fomos para a tradicional foto atravessando a faixa de pedestre na Abbey Road. Até tem uma câmera lá que passa ao vivo o pessoal atravessando, mas parece que não estava funcionando.
Da Abbey Road para casa, afinal estávamos mortos de cansados e famintos, precisamos de um banho e de comer algo. E foi lá em frente ao hostel que achamos um mercado e compramos aquele monte de comida congelada para tampar o enorme buraco negro que havia dentro de nós. Comidos e de banho tomado, fomos tirar fotos na London Bridge e na Tower Bridge a noite, para poder vê-las iluminadas e aproveitar a noite, já que as mesmas eram do lado do nosso hostel.
Depois de tudo isso era hora de dormir, afinal no dia seguinte tínhamos uma reunião marcada na casa da rainha para ver a troca de guardar no palácio de Buckingham, e lá fomos, cedo para conseguir um bom lugar e conseguimos. Espalhamos câmeras ao longo do desfile, com pessoas tirando foto na grade do palácio, outros no portão e eu lá, viajando com a mochila nas costas sem poder me mover direito em meio aquela toda multidão. Cerimônia muito legal, com os guardas fazendo algumas coisas que eu não entendi até agora, fazendo a dança do caranguejo e tocando a música tema do James Bond.
De Buckingham para a caminhada rumo aos outros pontos turísticos, e a primeira parada foi a Catedral de Westminster onde logo depois encontramos uma espécie de fast food japonesa e paramos para comprar algumas coisas para complementar nosso almoço de pão com queijo e presunto. Fomos em direção a Westminster Abbey, e paramos no meio do caminho para tirar uma foto na tradicional cabine telefônica, com um pedacinho da London Eye atrás. Chegando na igreja dos casamentos reais, Westminster Abbey, fomos para um jardim, sentar e almoçar. Depois do almoço foi hora de conferir a igreja por fora, afinal entrar na igreja aqui custa caro, e em Londres estava mais ou menos 15 pounds para vê-la por dentro, o que nos fez recusar a entrada lá e partir para os monumentos gratuitos ao lado, Parlamento e Big Ben.
Tiramos aquelas fotos tradicionais e tudo mais, vimos o magnífico Big Ben, que é mais do que uma torre com relógio, é uma verdadeira obra de arte. Lá eu ainda tive que escutar uma amiga me dizendo que eram 3 para as 3 quando o Big Bem acabava de dar suas badaladas, fui obrigado a descordar dela e falar que eram 3h, afinal estávamos falando do Big Bem, no meridiano de Greenwich em Londres, no centro da pontualidade mundial.
Do Big Ben partimos para a London Eye, que fica bem próxima, mas antes demos uma parada no aquário de Londres para observar tubarões, tartarugas, arraias, diversos peixes e até pererecas venenosas e as saudosas piranhas. Isso sem mencionar os assustados pingüins. Do aquário era hora de encarar os 150 metros de altura da maior roda gigante do mundo, a London Eye. Eu morro de medo de altura mas tinha que fazer isso, afinal não é todo fim de semana que se está em Londres. Mas antes de subir na London Eye, um breve filme em 4D sobre o local. Fomos então para a fila e observamos o esquema de segurança que envolve o lugar, seguranças vasculhando as cabines antes do pessoal entrar, bolsas revistadas e tudo mais. Eu que achei que morreria de medo, mas nem foi tão assim, a vista era tão bonita que nem liguei muito.
De lá fomos para o hostel, era hora de tomar aquele banho e comer algo depois desse dia que rendeu bem e foi bastante cansativo. A noite era hora de ir para a Piccadilly Circus e o bairro de Soho para dar uma olhada na noite londrina e tirar algumas fotos. De lá fomos para a porta da National Gallery e voltamos ao Big Ben e London Eye para tirar fotos a noite. E de lá voltamos para casa de metro. Aliás andamos muito de metrô, coisa que eu nunca tinha feito na minha vida, mas pelo menos comecei bem, comecei andando de metrô pelo internacionalmente conhecido Underground Londrino. Lugar bem planejado, bem pontual e funcional.
Dia seguinte foi dia de ir para a Tower of London e Tower Bridge de manhã para apreciar o lugar, tirando fotos e passando um frio do cão com aquele vento. De lá dificuldades para chegar na St Pauls Cathedral porque resolveram fechar a estação de metrê bem na hora que estávamos chegando lá. Tivemos que ir de busão e saltar meio longe do lugar, e eu lá morrendo de dor de garganta. Fomos a catedral e tiramos foto por fora, afinal como sempre, era muito caro conhecer a igreja por dentro. De lá fomos almoçar em um Mc Donalds e tentar pegar um metrô, mas acabamos indo a pé mesmo de lá até a National Gallery, afinal toda estação que passávamos estavam fechadas.
Na National Gallery tiramos várias fotos na frente e conhecemos a coluna de Nelson e os Chafarizes da Trafalgar Square. Mas o melhor mesmo foi entrar, mesmo que por somente uns 40 minutos, na National Gallery. No começo tudo era meio estranho, aquele monte de quadros de nobres que já tinham morrido, cavaleiros e tudo mais. Até chegar na parte onde se encontravam pintores mais novos e renomados. Quem diria que um dia eu estaria ali, a 20 cm do Sunflowers, quadro de Van Gogh, ou até mesmo Chairs, ou quem diria, que aquele quadro de Monet que eu sempre gostei estaria ali na minha frente, quase podendo ser tocado. E sim, lá estava aquele quadro do jardim de sua casa, com aquela pontesinha branca pintada no meio do lago, Water Lily Pond, estava também o seu quadro que retratava o grande canal de Veneza.
Isso tudo sem mencionar os outros pintores consagrados que se encontravam no saguão como Manet, Gauguin, Rembrandt e outros mais. E tudo isso grátis. Lugar que valeu muito a pena. Logo depois de lá, corremos para pegar o metrô e irmos para o Museu Imperial de Guerra, um achado em Londres. Museu muito bom, com bastante detalhes e histórias interessantes sobre a primeira e segunda guerra, e outras inúmeras outras guerras ao redor do mundo. Foi um dos melhores lugares que fomos, de graça e ainda deu para preparar o espírito para o que veremos nos campos de concentração de Auschwitz e Birkenau em julho.
A noite foi dia de comer em um restaurante italiano bom, pena que eu estava com febre e gripado e nem consegui sentir bem o gosto. Sem falar na ligação que recebi do Brasil, um monte de amigo meu fazendo churrasco na minha casa com meus pais e tals, saudade e vontade de estar lá. Pena que não deu para falar muito com eles, tava no meio de um febrão e não podia falar nada pois minha mãe podia ficar preocupada.
Domingão chegou, mais rápido que o esperado, e era dia de fazer check-out, guardar as malas no locker do hostel e partir para os mercados de rua. Logo cedo fomos para Notting Hill, aquele lugar do filme da Julia Roberts. Muito bom para quem curte compras e em especial para quem gosta dessas coisas antigas e diferentes bem vintage. E foi de lá que partimos para Camden Market, um camelô no primeiro mundo. Paramos para almoçar em um restaurante brasileiro, com direito a pedir coxinha, frango a passarinho, calabresa, mandioca e algo mais para entrada do nosso almoço. Teve quem comesse feijoada, picanha, moqueca e bobó de camarão. Eu particularmente fiquei com o último, que não chegava aos pés de um autentico bobó nordestino mas que era muito gostoso também.
De lá fomos para o mercadinho, que mais parecia essa feirinha mesmo das cidades turísticas do Brasil, cheio de artesanato, blusas e tals. E lá eu acabei comprando um moletom muito bonito para minha irmã e um par de luvas de couro para mim. Par de luvas esse que me deixou de cabelo em pé. Nunca tinha passado cartão de crédito nessas máquinas de cartão antigas, onde se estampava o número e tals naquele papel. Mas como eu fiquei desconfiado, troquei minha assinatura e chequei direitinho o preenchimento do papel. Afinal eu não tinha pedido aquilo, mas como a máquina do rapaz não funcionou, ele fez aquilo. Guardei o papel e troquei a assinatura, se der merda eu reclamo com a operadora do cartão. Mas acho que não vai dar, foi só o medo pelo cara ter usado o método arcaico e não o tecnológico.
Nas ruas do lado do Camden Market eu aproveitei para comprar um presente para o povo aqui de casa, um cinzeiro, para agradar aos fumantes e parar de atrapalhar os não fumantes. E foi lá também que achei o tão procurado patch da bandeira da Irlanda do Norte. Agora minha coleção de bandeiras está correta, bandeirinha de cada país que já visitei.
De lá fomos para o Hyde Park, onde alguns voltaram para o hostel e outros alugaram uma bicicleta para percorrer o parque onde ficava a casa da princesa Diana e alguns monumentos e lagos muito interessantes. Foi um passeio muito legal, conhecer aquele parque gigante, andando de bicicleta, vazio. Sensação de liberdade e felicidade muito boa.
Voltamos para o hostel, fizemos uma boquinha, tomamos banho “escondido” e fomos rumo ao aeroporto, local onde passaríamos a noite. O aeroporto em si daria um bom texto, muitos acontecimentos em poucas horas. Chegamos lá e fomos arrumar um local para tentar dormir, logo que o japa conseguiu um lugar, veio uma tia e tirou ele de lá, pois era área de guardar as cadeiras de roda. Gira para cá, usa toalha de travesseiro para lá e tira um cochilo, problema era acordar depois com as costas geladíssimas, parecia que tinha deitado em uma cama de gelo.
Levanta, toma um café e aguarda o check in, aguarda, aguarda e nada dele abrir. Faltando menos de 1 hora para o vôo o bendito abre, corremos lá fizemos os procedimentos e quando vimos, uma fila gigantesca para passar no raio x. Mais de meia hora na fila. Se fosse no Brasil já teria FIFA falando em problemas com a copa, COI falando em trocar olimpíada, agora como era Londres, só tinha gente mal educada mesmo fazendo você correr e te empurrando na fila como se fosse gado. Aliás o povo inglês tem muito a aprender em termos de educação e tratamento.
Quando estávamos chegando no raio x a moça do aeroporto gritou, vôo de Dublin, última chamada. Passamos igual bala, teve mala que apitou e o povo do aeroporto nem ligou, uma confusão e falta de organização só. De lá saímos os 7 correndo igual malucos pelo aeroporto para chegar a tempo, nunca corri tanto na minha vida, nem sei como consegui para falar a verdade. Minha mala fazia drift a cada curva, batia nos outros, batia em mim, loucura só. Foi quando chegamos no portão e ele estava se fechando.
Olhamos para traz e faltavam 2 meninas, sumidas, sem celular, pensamos que havíamos perdido, avisamos a atendente e ela disse que nada poderia fazer, foi quando demos aquele jeito brasileiro e começamos a fazer operação tartaruga, demorar a entregar o cartão de embarque, caminhar lentamente pelo portão de embarque, mas mesmo assim nada delas. Foi quando eu passei por último, olhei pelo vidro e lá vinham elas, só fiz o sinal para correrem e lá vieram elas no sprint final e conseguiram embarcar. Todos putos e exaustos no vôo, comandante pedindo desculpa pela bagunça do aeroporto e menos de 5 minutos todo mundo apagado naquele ônibus voados, chamado Ryanair.
O saldo geral foi muito positivo, apesar do povo inglês não ser muito educado e gente boa a cidade de Londres é muito maneira, o clima ajudou demais e até agora pareço não acreditar que estava lá. Enfim mais um sonho que se realiza graças a Deus.
Agora vou lá, tomar um banho e deitar na minha cama, to gripado novamente nessa cidade que parece ter esquecido o que é calor.
Fui
Igor Reis Moreira Mathias
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